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SERVIDORES OCUPAM A RECEPÇÃO DA SEVOP |
"contamos com toda a indignação da nossa categoria para continuar nas ruas, protestando e cobrando do gestor público o que é nosso por direito."
A Greve na Rede Municipal de Ensino de Marabá começou na quarta-feira, dia 09/08, com ampla adesão da categoria. Com isso, um recado bem claro é dado ao prefeito Sebastião Miranda Filho, o Tião Miranda, não há mais espaço para enrolação! Ou ele paga o que nos deve, ou terá que enfrentar talvez o maior movimento grevista de sua gestão.
A nossa coordenação está seguindo todos os ritos legais para manter o movimento forte nas ruas. A greve é o último dos recursos, que só é usado quando se esgotam todas as tentativas de negociação com o governo. Além disso, depois de aprovada a greve, ainda são concedidas 72 horas para a gestão se manifestar, sinalizando positivamente para, de maneira séria, reabrir as negociações.
No entanto, vencido as 72 horas dadas à gestão pública para se pronunciar sobre a notificação oficial do sindicato sobre a greve, não hauve qualquer sinalização positiva do prefeito para evitar o ato paredista dos trabalhadores e trabalhadoras em educação no município. Então, a Sevop, gabinete natural do Tião Miranda, foi tomada pelos servidores em luta.
A pauta lida durante o ato é extensa, incluindo desde aumento do Vale Alimentação, benefício concedido a todos os servidores do município, ao reajuste do Piso Salarial dos professores. Cabe lembrar que o município de Marabá paga o pior Vale Alimentação do Estado, o valor irrisório de 420 reais não cobre nem a cesta básica do Estado, calculado pelo Dieese em 480 reais.
Sobre o Vale Alimentação, o professor Everaldo Marinho, um dos nossos camaradas na frente da batalha, destacou em sua fala que "o reajuste desse Vale Alimentação, beneficiará" não só ''a todos os trabalhadores em educação", bem como, "de todas as secretarias".
Sobre a hora-atividade, ele fala que "estamos aqui porque temos a consciência de que para o companheiro professor, para a companheira professora fazer o seu planejamento, fazer a correção das atividades, acompanhar com mais tranquilidade o desenvolvimento do seu aluno, de sua aluna, precisa de tempo".
Fala acertada do nosso camarada! Hora-atividade é mais uma lei que o prefeito ignora, se recusando até a debater o tema. Enquanto isso, somos entulhados por cobranças, somos responsabilizados pela deficiência do município em lidar com a defasagem do aprendizado dos alunos aprofundado pela pandemia. Enquanto a prefeitura não implementar hora-atividade, as formações e cobranças serão inúteis.
O prefeito precisa entender que educação não é gasto, é investimento.
Com relação ao percentual dos 20% dos servidores que devem parar as atividades, o companheiro Wendel Bezerra, da coordenação da subsede, que também é advogado, explicou que esse percentual é deve ser tirado de todos os servidores da escola, incluindo merendeiras, agentes de portarias, ASGs, professores, coordenadores, orientadores e até a direção da escola.
Importante destacar que esse percentual é do todo, não somente daqueles que querem aderir a greve.
Esse Ato Público da quarta-feira encerrou-se com os camaradas ocupando a recepção da Sevop, de forma pacífica, com um grito de guerra: "Tião caloteiro, pague o nosso dinheiro!".
Quinta-feira, em frente à Semed:
Na quinta-feira, dia 10/08, pela manhã, o movimento aconteceu em frente à Secretaria Municipal de Educação, com concentração da companheirada em greve e uma caminhada em via pública até a Secretaria Municipal de Saúde, retornando para a Semed.
À tarde, a coordenação do Sintepp seguiu com reuniões nas escolas afim de esclarecer dúvidas dos companheiros da base.
Sexta-feira, na Sevop e no Shopping:
A semana de Ato Público fechou na sexta-feria, dia 11/08, com concentração na Sevop e caminhada até o Shopping Partage Marabá, na Transamazônica. O objetivo desse movimento foi dar maior visibilidade à comunidade marabaense sobre a má atuação do gestor municipal com os recursos da educação.
Foram três dias de muita luta e garra da companheirada. Assim, contamos com toda a indignação da nossa categoria para continuar nas ruas, protestando e cobrando do gestor público o que é nosso por direito.
Não é hora de ficarmos querendo fazer a revolução nos grupos de WhatsApp, temos que somar forças nas ruas. Vamos usar a estratégia de manter os 80% do servidores trabalhando, e os demais 20% vem pra rua! Por isso é necessário que os camaradas organizem um rodízio nas escolas. Vamos incomodar dentro da legalidade da nossa greve.
A agenda da segunda semana da greve já está pronta, começa com um Ato Público em frente à casa do Tião. Ele precisa entender que quem não aguenta com uma formiga, nunca deve mexer com um formigueiro.
Confira a agenda para a próxima semana: